Governo de Santa Catarina inicia mapeamento inédito da economia solidária no estado
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Foto; Fotos: Arquivo/Sicos -
Levantamento realizado pela Sicos em parceria com a Unidavi vai identificar empreendimentos, atividades e impacto econômico em todos os municípios catarinenses
Santa Catarina deu início a um dos projetos mais abrangentes já realizados no campo da economia solidária. A Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (Sicos), em parceria com a Fundação Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi), começou a coleta de dados que resultará em um diagnóstico inédito sobre o setor no estado.
A ação tem como foco levantar informações detalhadas sobre os empreendimentos de economia solidária, identificando sua presença em cada município catarinense. O levantamento trará dados sobre número de iniciativas, tipos de atividades realizadas, quantidade de pessoas envolvidas e valores de faturamento. A expectativa é que os resultados sirvam de base para a formulação de políticas públicas mais eficientes.
Segundo a secretária do Conselho Estadual do Artesanato e da Economia Solidária (Ceaes), Fabiana Ribeiro, a iniciativa representa um marco para a economia solidária catarinense. “Esse mapeamento representa uma conquista para toda a rede de economia solidária, pois nos permitirá ter informações consistentes e estratégicas. A partir desse diagnóstico, poderemos avançar na criação de políticas públicas que deem ainda mais visibilidade, sustentabilidade e reconhecimento aos empreendimentos solidários do estado.”
Mapeamento vai embasar banco de dados sobre a economia solidária
O projeto começa pela aplicação de questionários e pelo cadastramento dos empreendimentos, conduzidos por agentes que já atuam em iniciativas de economia solidária no estado e, portanto, conhecem de perto a realidade do setor. A partir dessa coleta, será estruturado um banco de dados que reunirá todas as informações levantadas. A etapa seguinte será a análise e posterior divulgação dos resultados, previstos para março de 2026.
A metodologia da pesquisa foi cuidadosamente estruturada ao longo de 2024. Nesse período, a Unidavi, em articulação com o Ceaes, o Fórum Catarinense de Economia Solidária (FCES) e a própria Sicos, promoveu uma série de reuniões técnicas para alinhar a execução do projeto. O esforço conjunto busca garantir que o resultado final traduza a realidade das diferentes regiões do estado.
Um dos pontos de apoio fundamentais é o sistema Cadsol/SC. A plataforma, já utilizada para cadastro de empreendimentos, recebeu adequações para atender às demandas da pesquisa. Além de facilitar a coleta de dados, o sistema permitirá que os empreendimentos cadastrados emitam certificados oficiais de reconhecimento estadual.
No total, 23 mapeadores estão mobilizados para a tarefa, atuando em cidades como Blumenau, Chapecó, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Florianópolis, Itajaí, Joinville, Lages e Rio do Sul, entre outros municípios. Essa distribuição garante capilaridade e diversidade no levantamento.
Conhecimento para formação de políticas públicas
A previsão é que, além do diagnóstico, a Unidavi publique uma análise aprofundada sobre os resultados e promova um seminário para compartilhar as informações com gestores públicos, empreendedores, bem como a sociedade em geral.
Erli Aparecida Camargo, agente de mapeamento da região serrana, destaca a importância estratégica do trabalho que está sendo desenvolvido em Santa Catarina. “O mapeamento é indispensável porque toda política precisa de um diagnóstico consistente. É ele que vai mostrar onde aplicar recursos, criar projetos e fundamentar editais de fomento. O trabalho dos mapeadores garante uma aproximação real com os empreendimentos, revelando a fotografia concreta do setor. Com esses dados, será possível planejar ações de fortalecimento, produção e comercialização, construindo um retrato fiel da economia solidária no estado.”
A Economia Solidária
A Economia Solidária se caracteriza, por exemplo, por iniciativas coletivas, comunitárias e associativas que reúnem trabalhadores por meio de organização própria e autogestão. Nesse sentido, o apoio do Governo do Estado ao setor visa contribuir para a geração de emprego e renda. Além disso, busca promover desenvolvimento econômico e social, bem como estimular a redução de desigualdades.
Com a iniciativa, Santa Catarina se posiciona entre os estados que buscam consolidar a economia solidária como um pilar sobretudo de desenvolvimento econômico e social. Assim, valorizando práticas coletivas, sustentáveis e de inclusão produtiva.
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