Joinville amplia combate à dengue com nova fase do Método Wolbachia em 15 bairros
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Foto: Prefeitura de Joinville/Divulgação -
Antes da soltura dos “Wolbitos”, ações de conscientização mobilizam escolas, unidades de saúde e a comunidade para explicar a estratégia que reduz casos de dengue, zika e chikungunya
A cidade de Joinville vai iniciar, no segundo semestre deste ano, a segunda fase do Método Wolbachia, com a soltura de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, os chamados Wolbitos, em 15 novos bairros. A ação integra a estratégia de combate à dengue, zika e chikungunya, promovida pela Prefeitura de Joinville, em parceria com a Wolbito do Brasil e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para preparar a população, equipes do projeto estão promovendo ações de engajamento e informação em escolas, unidades de saúde, espaços públicos e associações comunitárias, com foco em esclarecer dúvidas e estimular a participação da comunidade.
“O sucesso do Método Wolbachia depende da confiança e do envolvimento das pessoas. Por isso, a comunicação e o engajamento acontecem antes de qualquer ação em campo”, explica Luciano Moreira, CEO da Wolbito do Brasil.
Escolas como ponto de partida
No bairro Rio Bonito, um dos locais que receberá os Wolbitos, alunos da Escola Municipal Emílio Paulo Roberto Hardt, na localidade do Canela, participaram de uma atividade educativa com profissionais da Vigilância Ambiental e da Wolbito. Cerca de 350 estudantes, do 1º ao 9º ano, aprenderam de forma lúdica e informativa sobre a diferença entre os mosquitos comuns e os Wolbitos, o objetivo da soltura e a importância da iniciativa.
“As crianças são grandes disseminadoras de informação. Quando envolvemos a escola, conseguimos levar esse conhecimento também para dentro das casas e da comunidade”, destacou Catia Regina de Carvalho dos Santos, agente de endemias da Vigilância Ambiental.
O que é o Método Wolbachia?
O método consiste na introdução da bactéria Wolbachia, natural e inofensiva aos seres humanos, no mosquito Aedes aegypti. Essa bactéria impede que o mosquito transmita os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. Ao se reproduzir, os mosquitos passam a Wolbachia para as gerações seguintes, tornando a estratégia autossustentável.
A tecnologia é considerada segura, natural e sem modificação genética e já apresentou reduções significativas no número de casos em cidades como Niterói (RJ), Campo Grande (MS) e Medellín, na Colômbia.
“Embora os resultados definitivos levem até dois anos para serem confirmados por estudos científicos, os efeitos positivos já são percebidos nas estações seguintes à implantação”, afirma Gabriel Sylvestre, gerente de implementação da Wolbito do Brasil.
Onde e como será feita a soltura
A nova fase atenderá cerca de 150 mil pessoas, nos seguintes bairros: Adhemar Garcia, Anita Garibaldi, Boehmerwald, Bucarein, Dona Francisca, Glória, Itinga, Jardim Paraíso, Nova Brasília, Pirabeiraba, Profipo, Rio Bonito, Saguaçu, Santo Antônio e Vila Cubatão.
As solturas serão realizadas semanalmente, com veículos identificados e equipamentos próprios, por equipes treinadas. Mesmo com o método, as recomendações para evitar criadouros e proteger-se de picadas continuam valendo, incluindo o uso de repelentes, inseticidas e telas de proteção.
Em 2024, a primeira fase do projeto contemplou 17 bairros, beneficiando cerca de 360 mil moradores.
A estratégia integra o conjunto de ações da Secretaria da Saúde de Joinville, como mutirões e campanhas educativas, para reduzir os casos de arboviroses e reforçar a vigilância contra o Aedes aegypti no município.
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