Investigação aponta falha no balão e incêndio no cesto como possíveis causas

O Governo de Santa Catarina apresentou neste sábado (21) os primeiros detalhes da investigação e das ações realizadas após o trágico acidente com um balão de ar quente que causou a morte de oito pessoas em Praia Grande, no Sul do estado. Uma força-tarefa foi mobilizada para garantir uma resposta rápida e coordenada à ocorrência, que também deixou 13 sobreviventes.

Em coletiva à imprensa na Secretaria de Estado da Segurança Pública, o governador em exercício, Francisco de Oliveira Neto, anunciou luto oficial de três dias. Ele destacou a consternação do Estado com a tragédia e o empenho das forças públicas desde os primeiros momentos. “Foi um momento de dor e solidariedade. Em contato com o governador Jorginho Mello, que está em missão na China, mobilizamos toda a estrutura do Estado para garantir atendimento imediato às vítimas”, afirmou.

Segundo os relatos iniciais apresentados pelas autoridades, o balão apresentou falhas logo após a decolagem. O piloto realizou uma descida de emergência, permitindo que 13 ocupantes saltassem do cesto. Com o alívio de peso, o balão subiu descontroladamente, levando à morte os demais passageiros que não conseguiram sair a tempo.

A suspeita principal da Polícia Civil é de que um incêndio tenha começado no cesto do balão, possivelmente provocado por um maçarico irregular. O delegado responsável já ouviu testemunhas e relatos apontam que o equipamento não fazia parte da estrutura original da aeronave.

A resposta à tragédia envolveu mais de 20 bombeiros, sete viaturas, duas aeronaves e equipes do Samu e da Polícia Militar, que foram as primeiras a chegar ao local. Cinco sobreviventes precisaram de atendimento médico e foram levados ao Hospital de Praia Grande. Dois seguem internados com queimaduras mais graves, mas sem necessidade de transferência para unidades especializadas em Joinville ou Lages, que estavam preparadas para receber vítimas.

O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, destacou a integração entre os órgãos estaduais. “Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros, Polícia Científica e Secretaria da Saúde atuaram com sinergia e rapidez para atender à ocorrência e às famílias”, afirmou.

A Polícia Científica utilizou tecnologia de mapeamento 3D para uma análise forense minuciosa da área do acidente. A prioridade, segundo o perito-geral adjunto Douglas Balen, é a identificação formal das vítimas. Uma lista oficial com os nomes já foi divulgada.

A investigação conta ainda com o apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Seripa (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que acompanham o caso em parceria com as autoridades estaduais.