Vereadores da Comissão de Proteção Civil ouvem autoridades da Polícia Militar sobre cenário de criminalidade, aumento de furtos e necessidade de reforço no efetivo

Joinville mantém hoje bons índices de segurança pública e a população tem sensação de proteção, segundo avaliação da Polícia Militar apresentada nesta terça-feira (20) aos vereadores da Comissão de Proteção Civil da Câmara de Joinville (CVJ). No entanto, o crescimento populacional e o avanço do crime organizado colocam desafios importantes para o futuro da cidade.

O tenente-coronel Iagã Indalencio Cota, da 5ª Região de Polícia Militar, destacou que somente em 2025 a PM recebeu 113 mil ligações pelo 190, média diária de 839 chamados, que resultaram em 18 mil ocorrências registradas. O número de prisões chega a 926 pessoas neste ano.

Um dado positivo é a queda de 38% nos homicídios em 2025, reforçando a tendência de redução da violência letal, após o menor índice da série histórica registrado em 2024. Porém, o temor da população segue alto em relação aos furtos, que cresceram cerca de 4% e estão diretamente ligados ao tráfico de drogas. “Pequenos furtos são geralmente cometidos para sustentar o vício”, explicou o tenente-coronel Iagã, que também apontou a necessidade do uso de tecnologias, como câmeras de reconhecimento facial, e da revisão da legislação penal para tornar as punições mais rigorosas.

O presidente da comissão, vereador Mateus Batista (União Brasil), manifestou preocupação com o avanço do crime organizado, que segundo ele “sequestrou o País”. Para combater essa ameaça, a Polícia Militar aposta no reforço da inteligência, na integração das forças de segurança e na aplicação de uma legislação mais severa, tratando essas organizações como “terroristas”.

Sobre a bike-patrulha, ferramenta valorizada pela população, o vereador Pelé (MDB) pediu o retorno do serviço, especialmente no Centro. O tenente-coronel Iagã afirmou que a iniciativa está “no radar” da PM, mas o aumento do efetivo policial é condição essencial para sua retomada. Atualmente, Joinville conta com cerca de 600 policiais, contra quase 900 em 2018, embora exista um plano de reposição gradual.

Além do tenente-coronel Iagã, a comissão ouviu também os tenentes-coronéis Egon Ferreira Platt Hermann (8º BPM), Daniel Screpanti Borges Monteiro (17º BPM) e Christopher Rudolf Froehner (5º CRPM/8º BPM/1º Batalhão de Pronta Resposta), que colaboraram no debate sobre os rumos da segurança pública no município.